Após a divulgação de um vídeo que mostrava agentes da prefeitura de Umirim, no Ceará, recolhendo cães de rua, a polêmica se instalou. A Prefeitura foi denunciada por supostos maus-tratos contra animais pela ONG Anjos da Proteção Animal (APA). A preocupação se deu em relação às condições em que os animais estavam sendo mantidos e tratados após serem recolhidos das ruas da cidade. O vídeo original, que foi retirado do ar, mostrava os agentes de endemia da Secretaria Municipal de Saúde alertando para os riscos que os cães poderiam oferecer à população, como acidentes de trânsito e transmissão de doenças como raiva e calazar.
A protetora Stefani Rodrigues, da APA, foi enfática ao afirmar que os animais estavam sendo considerados um perigo para a sociedade no vídeo divulgado pela prefeitura. Além disso, questionou o uso de ‘carrocinhas’ para recolher os cachorros, bem como as condições em que estavam sendo mantidos no local para onde foram levados. Imagens de animais famintos e em estado de abandono em um colégio municipal abandonado foram compartilhadas pela ONG, intensificando a denúncia de maus-tratos.
O prefeito Judson Rodrigues, em resposta à polêmica, afirmou que os animais recolhidos estavam sendo levados para uma faculdade com supervisão técnica de membros do curso de medicina veterinária. Ele destacou que havia preocupação não só com os cachorros, mas também com a população, buscando soluções como castração e doação dos animais. A parceria entre a prefeitura e a faculdade visava assegurar o acolhimento temporário dos cães em um local com estrutura adequada.
A ONG Anjos da Proteção Animal acionou o Ministério Público do Ceará para analisar as ações da Prefeitura de Umirim. Em nota, o órgão confirmou a abertura de uma investigação para apurar os possíveis maus-tratos denunciados. A Uninta, faculdade responsável por acolher os animais, foi procurada para esclarecimentos sobre a parceria com a prefeitura, mas não respondeu às solicitações. Enquanto isso, a gestão do prefeito Judson se defende das acusações, reforçando que os animais abrigados na Uninta não são os mesmos das imagens que geraram a denúncia.
As denúncias de que uma escola abandonada em Umirim estaria sendo utilizada como canil irregular, com animais mal alimentados e sem atendimento veterinário adequado, têm gerado preocupação. Stefani Rodrigues mencionou relatos de que os animais acabavam morrendo no local. O assessor do prefeito reconheceu as filmagens como sendo antigas e utilizadas em eleições anteriores, garantindo que a escola não tem mais essa função desde a atual gestão. A controvérsia levou o Ministério Público a investigar o caso, buscando esclarecimentos e garantindo a proteção dos animais em Umirim.