A sede por entretenimento e a curiosidade em torno da prisão e posterior libertação de Marlon Brendon Coelho Couto e Silva, conhecido como MC Poze do Rodo, atraiu uma multidão diversa e polêmica à saída do Complexo Penitenciário de Gericinó. Na tarde de terça-feira, os arredores da prisão se tornaram palco de aglomeração, confusão e até cantoria, com manifestantes pedindo a liberdade do funkeiro. Com camisas estampadas com a frase “MC não é bandido” e cantando seus sucessos em uma caixa de som, a atmosfera era de apoio ao artista. No entanto, a presença de crianças de colo e o uso de spray de pimenta pela polícia revelaram a intensidade do momento.
Antes mesmo da libertação de MC Poze, sua esposa, a influenciadora Viviane Noronha, foi alvo de uma operação da Polícia Civil contra o núcleo financeiro do Comando Vermelho. As investigações apontam que Viviane teria recebido quantias milionárias de forma ilegal, por meio de empresas de fachada e produtoras de bailes funk vinculadas ao grupo criminoso do Complexo do Alemão. O esquema teria movimentado mais de R$ 250 milhões, envolvendo depósitos em contas de terceiros. A presença de Viviane no centro dessas investigações adiciona um elemento de controvérsia à narrativa em torno do casal.
A saída de MC Poze do presídio Bangu 3 não foi tão pacífica como se esperava, resultando em um cenário de confusão e enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança. O cantor Oruam, filho de um conhecido traficante, subiu ao teto de ônibus em movimento, desencadeando a intervenção da Polícia Militar. Tiros de balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram utilizados para conter a multidão e o clima de tensão se estabeleceu rapidamente. A opinião de especialistas sobre a espetacularização do evento se divide entre críticas à aglomeração e à atuação policial e elogios à investigação sobre o envolvimento de celebridades com o crime organizado.
A influência de personalidades como MC Poze do Rodo no mundo do crime é um tema sensível e controverso que suscita debates sobre a responsabilidade e a conduta desses indivíduos. Enquanto alguns criticam a glamourização do crime e a ostentação de riqueza vinculada ao tráfico, outros enxergam nas investigações uma oportunidade de combater essa cultura e desestimular o envolvimento de jovens com atividades ilícitas. A conexão entre o casal de celebridades e o Comando Vermelho revela a complexidade e a urgência de abordar essas questões no contexto das comunidades brasileiras.
A investigação da Polícia Civil aponta para a participação ativa de Viviane Nogueira, esposa de MC Poze, em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao CV, por meio da produtora Leleco Nacional. A empresa teria movimentado milhões de reais em um curto período, envolvendo depósitos suspeitos e transações financeiras duvidosas. O suposto envolvimento de um cidadão egípcio ligado à Al-Qaeda acrescenta um elemento internacional e a gravidade da situação em termos de segurança nacional. O desenrolar desses eventos suscita reflexões sobre a influência do crime organizado nas esferas do entretenimento e da cultura popular.