Adolescente nega participação na morte da mãe da namorada e diz que assassino voltou ao local do crime 4 vezes para queimar corpo
Assassinato aconteceu no dia 29 de março deste ano, em Santa Cruz, e foi descoberto após o adolescente contar para a mãe o que tinha acontecido.
1 de 3 Ronald Mendes foi preso por feminicídio e ocultação de cadáver — Foto: Reprodução
Ronald Mendes foi preso por feminicídio e ocultação de cadáver — Foto: Reprodução
O adolescente de 17 anos investigado por envolvimento na morte de Daniele Sanches, de 36 anos, afirmou em depoimento à polícia que não participou do crime. Ele contou que estava em casa com um amigo, quando Ronald Mendes, de 32 anos, teria chegado ao local e confessado o assassinato.
Mendes, que trabalha como vendedor e é conhecido como Rony, foi preso por feminicídio e ocultação de cadáver.
O homicídio aconteceu no dia 29 de março deste ano, em Santa Veridiana, sub-bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e foi descoberto após o adolescente contar para a mãe o que tinha acontecido.
À polícia, o adolescente disse que Ronald voltou ao local do crime 4 vezes para incinerar os restos mortais da ex-companheira. Ele também afirmou que Daniele e os filhos, então com 13, 9 e 2 anos, eram espancados pelo homem.
A investigação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) aponta que o crime teria sido motivado para que Ronald pudesse viver um romance com o adolescente, que até então era namorado de sua enteada, que agora tem 14 anos.
Na delegacia, o adolescente negou ter um relacionamento com Ronald e afirmou que o crime ocorreu após Daniele Sanches ameaçar entrar com um pedido de guarda do filho caçula.
Após a morte, o vendedor teria mostrado as imagens do crime para o adolescente que, com medo, deixou a residência onde morava e foi para a casa da mãe.
Semanas depois, a mulher estranhou as constantes mensagens enviadas por Ronald e questionou o jovem, que contou o que tinha acontecido.
Segundo a polícia, para se eximir da autoria do crime, Ronald alegou que o menor teria planejado a morte de Daniele, e que ambos executaram a vítima.
O DE não conseguiu localizar a defesa de Ronald.
2 de 3 Polícia investiga se ossada encontrada em matagal é de Daniele Sanches, de 36 anos — Foto: Reprodução
Polícia investiga se ossada encontrada em matagal é de Daniele Sanches, de 36 anos — Foto: Reprodução
COMO TUDO COMEÇOU
Ronald e Daniele iniciaram um romance em 2019. Ela já tinha filhos de outro relacionamento e os levou para morar com o padrasto. O casal teve um filho, hoje com 2 anos.
A relação foi marcada por muitas brigas e relatos de agressão contra os enteados.
> “A partir da oitiva de todas as testemunhas da investigação, ficou destacado
> que o Ronald é um homem extremamente manipulador. Se aproximou da Daniele com
> o objetivo único de ter um filho e, ao longo dessa relação, mantinha relação
> com outras pessoas e inseriu um menor de idade na relação do casal, formando
> esse triângulo amoroso”, afirmou a delegada Ellen Souto.
AMEAÇAS
Testemunhas contaram à polícia que, a partir daí, as brigas entre Daniele e Ronald se intensificaram. À polícia, parentes contaram que Daniele frequentemente recebia ameaças de Ronald – caso ela fosse embora com o filho do casal.
A investigação apontou que, um mês antes de ser morta, Daniele saiu de casa com os filhos mais velhos e foi para a casa da mãe, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Entretanto, teria dito para Ronald que entraria na Justiça para ter a guarda do caçula.
> “Que Roni, ao escutar esta ameaça vinda de Daniele, ficou louco de raiva e
> decidiu matá-la”, diz um trecho do depoimento do adolescente.